quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Volta pra mim

(Sem imagem pois o tema é triste e humilhante)

O que faço sem você? Tantos anos juntos e você me abandona de uma hora para a outra. Depois de tanto comprometimento, tantos momentos compartilhados. Você me deixou sozinho sem ter o que fazer, levou de mim boa parte do que preciso e com o que não consigo viver. Não quero superar, quero que volte. Quero planejar minha vida com a tua presença pois sem você ela não tem graça. Tudo fica vazio, escuro e monotono. As brincadeiras não são como antes e não consigo fazer nada como fazia com você. Volta para mim.
Sei que é um pouco estranho e desagradável escrever um texto para ti. Alguns poderiam achar triste, deprimente, outros provavelmente rirão da desgraça que a minha necessidade de me humilhar perante teu abandono é. Não me importo com o que pensem, sei o que quero. Quero que volte para mim, apenas. Não me importa o que pensem.
Sei que você não é constante, que de vez em quando vai embora, me abandona e me deixa esperando. Sei que é terrível e duro quando não aparece e que sinto muito sua falta. Por vezes invejo quando te vejo com outros, mas não posso fazer nada; você apenas vai embora sem dizer adeus e volta como se não fosse normal. E Eu apenas espero você voltar, como sempre foi.
Talvez agora eu sinta um pouco de você dentro de mim, talvez eu entenda que de alguma forma você não foi embora. O tempos tem sido dificeis, eu sei, a mudança não ajudou, mas ao escrever esse texto eu me sinto mais próximo de você, finalmente. Talvez seja um erro, talvez esteja me enganando, mas não interessa. O que quero é simples:

Volta pra mim, Criatividade.

Interessante essa carta no dia que revivo o blog com dois textos. A mente prega boas peças nas pessoas, se pensaram outra coisa. rs

Boa noite.

Antes, Bombeiros e Astronautas; Hoje, Youtubers.

O mundo mudou. As pessoas hoje não tem o mesmo contato físico que teriam tempos atrás e nem parecem querer ter. Estranho a cada dia olhar a rua onde cresci vazia, o silêncio estranho de onde antes havia vida e gritaria. As marcas no chão e nas paredes são as mesmas que eu fiz, nem uma nem outro nova, afinal como teria? Não há crianças na rua, isso acabou.
Não pense que sou hipocrita, caro leitor. Não fique esperando aquele famoso discurso de velho e aquela clássica frase dita por todas as gerações; "No meu tempo..." isso, "no meu tempo.." aquilo, nada me interessa muito. Entendo que na minha posição de jovem cuja infância foi apenas a dez anos eu peguei a transição dessas duas fases. Muitas vezes ia para a rua brincar e, quando cansava, chamava os amigos para jogarem videogame na minha casa. Só que não posso deixar de notar a diferença; me assusta.
Sim, o mundo mudou. Alguns falam que foi pelo advento da tecnologia, outros pelo perigo nas ruas, mas a verdade é só essa; apenas mudou. Lembro quando era pequeno e queria ser bombeiro ou astronauta por achar que eram profissões tão incríveis. Um salva pessoas e apaga o fogo, o outro? O espaço! Mas e hoje? Chegamos á geração onde todos querem ser Yotubers, ganhar dinheiro fazendo palhaçadas na internet ou até mesmo fazendo uma narração do último jogo lançado; um caminho mais concorrido que muitos vestibulares, garanto. "Mas onde está o mal, Pedro?", Ora, eu não sei. O que sei na verdade é que sinto falta. Sinto falta da gritaria, dos passos corridos, dos joelhos ralados e das calças rasgadas ao subir muros. Olho para a frente e vejo como mudou, qual a graça de ficar o dia todo a falar com os amigos pela internet? Onde está a piada em correr apenas no rpg, em não sentir aquele cansaço gostoso depois de um dia inteiro de correria? De onde ve essa satisfação agora? Será nos dedos doloridos? Qual é a emoção de trabalhar com aquilo que é lazer? Muitas perguntas.
Sei também que estou ficando velho. Os mesmos a quem pergunto isso certamente me perguntariam qual a graça de se machucar se machuca, por que correr se cansa? Onde está a emoção em ser um bombeiro? É só apagar fogo e incêndios não acontecem tanto assim por aí. Talvez, de fato. No fim não há certo nem errado, apenas a evolução da vida.
O certo e o errado? Não existem. No fim são opiniões diferentes de discursos diferentes com propostas de vidas diferentes. Pois que sejam youtubers, bombeiros, programadores ou astronautas, no fim isso é apenas um desabafo de um jovem se sentindo mais velho do que deveria ser. Ao final de tudo, o importante é viver a infância como se fosse única, porque é. E quem disse que não estão vivendo? Ninguém parece estar obrigado na frente de um computador. O importante é ser feliz!

Boa Noite.