sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Afinal, o que é "Queijofobia"?

Soou estranho esse título? Que bom; leia até o final, afinal dizer que o mundo ficou chato se tornou tão chato quanto de fato está o mundo.

Pode ser novidade para alguns e motivo de piada para outros, mas eu simplesmente não como queijo. Nem cheddar, requeijão, ricota, parmesão ou principalmente gorgonzzola! E não; não sou intolerante a lactose ou tampouco possuo qualquer tipo de alergia, ou até mesmo algum problema de saúde que faça com que eu não possa usufruir daquela que para tantos é uma das grandes maravilhas do mundo; apenas não é o meu alimento favorito e existem milhares - provavelmente MILHÕES - de outros tipos de comida que eu preferiria a sentir o sabor desse lacticínio do Satanás.
Talvez quisesse ser diferente, afinal passei maus bocados, histórias traumáticas ao longe do meu crescimento. Perdi a conta de quantas vezes fiquei aquém das expectativas da sociedade quando os famigerados aniversários eram feitos nos tão populares rodízios de pizza, onde os presentes me olhavam com inquietude procurando entender quando meu prato finalmente desviraria. "Chocolate com brigadeiro, senhor?", enquanto os restantes ainda estavam nas suas refeições salgadas? - "Não obrigado, eu espero com a minha barriga roncando por mais uma hora enquanto este cheiro entranha pelas minhas narinas". - E o que dizer dos rodízios de massa? "Bolonhesa, por favor" - era isso ou ficar perguntando a cada prato com molho branco o que aquilo era. Cada vez que vinha aquele convite para uma lasanha, como é que era? "Esqueci, você não gosta de queijo!"; essas palavras ecoavam na minha mente e formavam uma barreira à minha volta onde todos faziam parte da tribo comedora de queijo e eu ficava no prato alternativo. Não foram anos fáceis, de fato.
Pois é, cara leitor. Eu posso não comer queijo, mas respeito qualquer pessoa que come e nunca deixei de estar com alguém porque apreciava uma bela lasanha à minha frente. Sei que parece confuso, mas eu vou explicar:


Se eu gosto de queijo, não sou queijofóbico.
Se eu não como queijo porque prefiro um presunto ou qualquer outra coisa, também não sou queijofóbico.
Até se eu inclusive não gosto de queijo, mas respeito quem come, não descrimino, critico ou interfiro na vida de quem gosta, eu também não sou queijofóbico!
Agora, se eu não gosto de queijo e me expresso qualquer tipo de represália a quem gosta e/ou quero impor a minha ideia de que todos não deviam comer queijo pois julgo como verdade que não é da natureza do ser humano comer laticíneos, então SIM, eu estou sendo queijofóbico!
E sim, toda ação tem uma reação e não é porque historicamente se comeu queijo mais ou menos vezes que essa reação deve ser ignorada.

Sim, o mundo está ficando chato e eu sou chato o suficiente para dizê-lo. Respeito e tolerância estão em falta; para quem come queijo e, acredite, também para quem não. Seja feliz com o seu prato sem criticar o dos outros, tendo ele queijo ou não.

Boa Tarde!

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Vocês já pararam para ler o nome do blog?

"Seu texto é intertextualizado?", "eu gosto dos seus textos, mas eles não possuem um padrão de um para o outro", "acho que você se perdeu no assunto", "você inseriu coisas nada a ver dentro da conversa" - Essas são algumas das frases que pude encontrar ao longo do tempo, o que me fez pensar: É sério que ninguém parou para ler o nome do blog?

Para quem não sabe, comece essa ideia num homónimo desse mesmo blog, o que significa que faz 7 anos que escrevo do mesmo jeito. Textos sem contexto, esse era o nome antes e não deixou de ser quando mudei para cá. Nunca houve um padrão ou uma ideia em comum entre uma publicação e outra, provavelmente nunca haverá. Porquê? Só existe uma simples razão, meu caro leitor: Eu nunca quis.
Retomando às origens da primeira postagem do projeto (lê-se no blog antigo), relembrei o motivo pelo qual comecei a escrever. Devaneios, MSN, incentivo de amigos que faziam o mesmo e escreviam exatamente aquilo que queriam na hora que queriam (ta escrito no link para quem quiser entender). Foi o que fiz: em 7 anos abordei tanto situações pessoais como outras que em nada tinham relação com o que penso. Brinquei de desabafos, dei recados, transmiti mensagens; sejam elas reais ou não. Simples, direto e principalmente sem floreios, afinal uma das maravilhas da escrita é que esta pode (e deve) ser interpretada de diversas formas.
Ficaria vago, no entanto, se eu parasse por aqui, não acha? Um texto sem sal ou qualquer sentido que no fim se colocaria aqui como um pedido desesperado para tirar as teias de aranha do blog. Não é. Por 7 anos recebi muitos elogios, toquei muita gente e fiz outros rirem com as minhas palhaçadas. Por 7 anos eu cumpri a meta de continuar escrevendo sobre o que queria, como queria e quando queria. A função de uma mensagem é ser compreendida e esse foi o objetivo que consegui concluir muitas vezes. Sem contexto literário, com referências filosóficas, rimando, em prosa, deitado, sentado, fazendo qualquer tipo de palhaçada ou causando sentimentos adversos; o importante é que a mensagem chegou onde deveria, o que é realmente a sua função. Vamos recapitular?

Um blog, vários textos, 7 anos, diversos autores ao longo do seu tempo com ideias, idades e mentalidades diferentes. Públicos distintos, assuntos desconstruídos ou não, afinal na vida interpretamos vários papeis (por favor não seja no trabalho como é no happy hour da sexta à noite). Editar? Seria injusto com o autor de antigamente mesmo que qualquer absurda apareça diante dos dias de hoje: pessoas diferentes, épocas diferentes; 7 benditos anos. 
Textos; principalmente aqueles sem contexto algum. 

Não deixe que o contexto literário segure suas ideias nem faça da linguagem rebuscada o centro das atenções. O que sentiu quando leu isso? Compreendeu? Concordou, discordou? Não? Então faço as palavras do Pedro de 7 anos atrás as minhas:

"Achou confuso? Bem vindo ao meu blog!" 
Campos, Pedro 26/09/2009